Escritório surgiu no Distrito Federal e se tornou um dos mais conceituados e premiados do país
Filmado e produzido pelo cineasta, Jean Bergerot, o documentário trata sobre as particularidades da Casa Palicourea, do edifício-sede do Julião Coelho Advogados, Casa Cavalcante, Casa Vila Rica, Casa das Praças e a Casa Morrone, além do projeto do escritório da BLOCO Arquitetos, localizado no Edifício Morro Vermelho, edifício do grande arquiteto Lelé, construído no Setor Comercial Sul, zona central de Brasília. São projetos com características distintas e, que segundo os arquitetos, criaram oportunidades de abordagens bem diferentes devido às condicionantes particulares de cada um.
Daniel Mangabeira fala da felicidade em expor sua produção em vídeo e da oportunidade de transmitir de forma acessível parte da essência de cada trabalho desenvolvido. “No documentário podemos apreciar o som e a imagem em movimento. A arquitetura é isso, relata o uso de um espaço de maneira não estática, tem relação com o movimento e o filme "BLOCO Arquitetos em Construção” expressa tudo isso, evidenciando o que fazemos na prática, sem edição”, comentou.
De acordo com Matheus Seco, o documentário é um recorte representativo de uma fase importante. “O público poderá ver um momento de transição pelo qual passamos recentemente, já que as filmagens foram iniciadas há mais de cinco anos. Também mostramos um projeto que é muito significativo para o escritório ainda em fase de obra, além de imagens recentes da obra finalizada. Esse é um momento de consolidação de um caminho que trilhamos há vários anos”, declarou.
O documentário estará disponível para o público a partir do dia 04 de maio, às 21h no canal do Lab Design,. https://www.youtube.com/c/LabDesignTv PROJETOS
O documentário “BLOCO Arquitetos em Construção” revela que Daniel Mangabeira, Henrique Coutinho e Matheus Seco são sócios que pensam de maneira diferente, mas têm em comum a busca por um trabalho que possa contribuir com a cidade e servir como campo de experimentação e aprimoramento constante da profissão.
A Casa Cavalcante é uma residência de veraneio, localizada em Cavalcante (GO), inserida no Cerrado, com uma arquitetura que explora a simplicidade estrutural condizente ao ambiente onde foi construída. Feita de estrutura metálica pré-fabricada com telhados de duas águas e com o avanço do piso elevado em concreto armado, tudo foi pensado para respeitar a vegetação local e ao mesmo tempo proporcionar conforto em meio a uma região com altos índices de temperatura. Por isso, as telhas usadas são isotérmicas, os forros de compensado e os troncos de eucalipto que circundam a casa são posicionados segundo a orientação solar de cada fachada. As paredes externas são construídas em taipa e as esquadrias permitem ventilação cruzada constante em todos os cômodos. “Para a arquitetura ser de qualidade não precisa usar materiais caríssimos e gastos exagerados com iluminação e mobiliário. Ela pode ser simples, fácil de entender e ainda assim ter qualidade”, comentou Henrique Coutinho. Entre outros prêmios, a Casa Cavalcante foi finalista do Prêmio de Arquitetura Tomie Ohtake em 2020 e venceu o 1º prêmio da revista Casa & Jardim na categoria “Futuro Sutentável”, também em 2020.
Já a Casa Palicourea, batizada com esse nome em referência a uma planta nativa do Cerrado, foi construída em Alto Paraíso de Goiás, inserida no belo cenário da Chapada dos Veadeiros. O projeto é composto por duas edificações “irmãs”, que funcionam em conjunto, mas que foram construídas de forma independente, sendo que uma é dedicada à habitação e a outra abriga um pequeno ateliê-escola. Ambas possuem diversos níveis de piso interno de modo a adaptarem-se à topografia do terreno. Seus telhados possuem calhas para coleta de águas de chuva para reuso durante o período de seca da região, de forma a reduzir o impacto de seu uso diário sobre a rede local de abastecimento. Além disso, diversas soluções ecologicamente corretas foram utilizadas no projeto, tal como o sistema para geração de energia elétrica através de placas fotovoltaicas e o uso de ecofossas para tratamento de resíduos. A Casa Palicourea venceu o Prêmio de Arquitetura Tomie Ohtake em 2021 e recebeu o 2º lugar na premiação Obra do Ano 2022 do portal Archdaily Brasil, entre outros reconhecimentos recentes.
A preocupação com o envelhecimento dos projetos e com sua manutenção também estão presentes no trabalho do BLOCO. Por isso, os arquitetos procuram valorizar o aspecto natural dos materiais utilizados nos projetos, tais como o tijolo cerâmico e o concreto aparente usados na Casa Vila Rica, situada há 40 km de Brasília. “Se você faz uma obra concisa, simples e sem excessos, ela tende a envelhecer melhor. Além disso, acreditamos que há materiais, tais como o concreto e o tijolo utilizados nessa casa, que ficam ainda mais bonitos com a passagem do tempo, sem a necessidade de manutenção constante”, pontuou Seco. A Casa Vila Rica foi projetada para um casal com filhos que queria ter momentos em um local fora da cidade, onde pudessem ter uma conexão direta com a natureza. Foi então que Daniel Mangabeira, Henrique Coutinho e Matheus Seco projetaram uma casa que é dividida em dois blocos: um dedicado à área íntima e o outro à área social. A maior parte das circulações é feita através de passarelas externas cobertas, porém abertas para as laterais. Dessa forma, os moradores precisam “sair” do interior da casa durante seu uso, como se circulassem ao redor dela através de varandas abertas para a paisagem.
Nesses 20 anos de profissão, os arquitetos desenvolveram um trabalho com personalidade. Trata-se de uma arquitetura que pode ser descrita como racional, pragmática e sem excessos. Uma “arquitetura de adequação”, como eles mesmos descrevem seu trabalho. A admiração dos arquitetos pela arquitetura moderna brasiliense também pode ser percebida no decorrer do filme.
A Casa das Praças - localizada em Brasília, tem vista privilegiada para o Plano Piloto de Brasília. Ela é posicionada na parte mais alta do terreno e separada em quatro setores distintos: íntimo, social, serviço e lazer. É possível observar a divisão dos ambientes internos seguindo os critérios de visão para o exterior e a orientação solar. A separação entre eles é feita através dos espaços descobertos de jardim, as “praças” que dão nome ao projeto. Apesar da definição clara da separação funcional entre os espaços, a composição volumétrica não faz essa distinção, justamente com a intenção de uniformizar as superfícies dispersando o volume resultante da grande área da construção.
Esse aproveitamento dos recursos naturais para o favorecimento do conforto na habitação do ambiente também está contido na casa Casa Morrone, outro projeto situado no Lago Sul, em Brasília e que está citado no documentário. A casa prioriza a vista para o interior do lote, alternando espaços construídos e espaços vazios, permitindo o aumento da entrada de luz natural para dentro da habitação sem a perda de privacidade.
O espaço foi reformado para receber toda a equipe de forma integrada, possibilitando o compartilhamento do mesmo espaço. O projeto do escritório é vencedor da Categoria Interiores e Design do Prêmio IAB Centenário 2021 – Região Centro Oeste.
PRINCIPAIS PRÊMIOS, SELEÇÕES E MENÇÕES DOS PROJETOS DO DOCUMENTÁRIO
2022- A Casa Palicourea é premiada com o 2o lugar no concurso “Obra do Ano – ODA 2022”, promovido pelo portal Archdaily Brasil
2022- A Casa Palicourea é premiada no Prêmio de Arquitetura Tomie Ohtake Akzo Nobel 2021, São Paulo
2022- O edifício-sede do Julião Coelho Advogados é vencedor do do concurso “Building of the Year 2022” do portal Archdaily internacional, na categoria “Offices” (Escritórios)
2022- A Casa Palicourea é indicada para concorrer ao Mies Crown Hall Americas Prize (MCHAP) 2022, promovido pelo Illinois Institute of Technology (IIT), Chicago
2021- A Casa Palicourea é um dos 13 finalistas do Prêmio de Arquitetura Tomie Ohtake Akzo Nobel 2021, São Paulo
2021- O Escritório no Edifício Morro Vermelho é vencedor da Categoria Interiores e Design do Prêmio IAB Centenário 2021 – Região Centro Oeste
2021- A Casa Cavalcante é vencedora da Categoria Edificações do Prêmio IAB Centenário 2021 – Região Centro Oeste
2021- A Casa Palicourea é um dos 3 finalistas da categoria “Em Equilíbrio” da 3o Edição Prêmio da revista “Casa e Jardim”
2021- A Casa Vila Rica é publicada pelo New York Times na matéria “Uma casa que se refugia na savana brasileira” escrita por Michael Snyder com fotos de Joana França
2021- A Casa Cavalcante é vencedora do 1o lugar do 8o Prêmio Saint-Gobain Asbea de Arquitetura na categoria “Profissional – Edificações Residenciais”
2021- A Casa Cavalcante recebe o prêmio “Destaque Asbea” no 8o Prêmio Saint-Gobain Asbea de Arquitetura na categoria edificações até 2.000m2
2020- A Casa Cavalcante é vencedora do prêmio da revista Casa & Jardim 2020 na categoria “Futuro Sustentável”
2020- A Casa Cavalcante é um dos 13 finalistas do Prêmio de Arquitetura Tomie Ohtake AkzoNobel 2020, São Paulo
2019- A Casa Vila Rica é um dos 12 finalistas do Prêmio de Arquitetura Tomie Ohtake AkzoNobel 2019, São Paulo
2018-A Casa das Praças recebe Menção Honrosa na Premiação Anual do Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB-RJ) – Rio de Janeiro